Ministério da Saúde lança curso sobre Zika vírus


Zika: abordagem clínica na Atenção Básica é o título do novo curso lançado pelo Ministério da Saúde e pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). A formação, com 45 horas-aula de duração, destinada a médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais de nível superior da Atenção Básica à Saúde, traz um capítulo integralmente dedicado aos cuidados voltados às gestantes com infecção pelo vírus e a recém-nascidos com microcefalia, além de abordar questões relacionadas a suspeita, notificação, investigação, diagnóstico e conduta, nos casos e situações tratadas nos protocolos aprovados pelo Ministério da Saúde. As inscrições devem ser feitas pelo site da UNA-SUS e seguem até o dia 15 de fevereiro de 2017.

Elaborado pela unidade da Fundação Oswaldo Cruz de Mato Grosso do Sul (Fiocruz-MS), em parceria com as universidades federais de Mato Grosso do Sul (UFMS) e de Pernambuco (UFPE), a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande e a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), o curso recebeu, nas primeiras 48 horas de inscrições, mais de oito mil inscrições. Seus objetivos são orientar os profissionais de saúde quanto ao modo de transmissão, período de incubação, vetor e características do Zika vírus e aos meios de proteção individual e coletiva, além de sensibilizar e instrumentalizar o profissional para identificação de quadro clínico sugestivo de infecção pelo vírus e realização do cuidado adequado de pacientes com quadro suspeito e apresentar critérios para indicação e interpretação de exames laboratoriais e por imagens referentes à doença.

Trata-se de uma formação autoinstrucional sobre o Zika, composta por quatro unidades educacionais: aspectos epidemiológicos, promoção à saúde e prevenção de infecção por vírus Zika; quadro clínico e abordagem a pessoas infectadas com vírus Zika; os cuidados com as gestantes com suspeita ou confirmação de infecção por vírus Zika e do recém-nascido com microcefalia; e vigilância da infecção por vírus Zika e suas complicações. A ação trabalha pedagogicamente com atividades interativas, casos clínicos, vídeos com especialistas e entrevistas.


Ações de combate

O curso vem ao encontro das ações do Governo Federal de combate ao Aedes aegypti. Segundo o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Hêider Pinto, a ideia é capacitar recursos humanos para enfrentar esse novo desafio de saúde pública. “Os profissionais de saúde estão na linha de frente na batalha contra a microcefalia e o Aedes. É essencial que eles estejam atualizados e preparados para orientar as pessoas de um modo geral e cuidar daquelas com Zika ou qualquer uma de suas complicações”, justificou.

Além desse novo curso, o Ministério da Saúde oferta outras quatro opções de capacitação voltadas para o combate ao mosquito, bem como para a atenção às doenças transmitidas pelo vetor. Em janeiro, por exemplo, deu início ao curso de Atualização no Combate Vetorial ao Aedes aegypti, voltado para agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias, profissionais de educação, assistência social, defesa civil, militares e multiplicadores, em resposta a emergências em saúde pública. Além desses profissionais, também podem participar as pessoas que estiverem interessadas em ampliar os conhecimentos sobre as doenças e sobre como eliminar o mosquito.

A atualização, com linguagem simples e de fácil entendimento, e de acesso livre a qualquer pessoa, tem apenas 16 horas de duração e é realizada pela internet, com certificação ao fim. Para acessar o conteúdo, é preciso fazer um cadastro na página do Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVA-SUS) ou do Telessaúde do Rio Grande do Sul e começar as aulas virtuais. A expectativa é de que agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias de todo o país atualizem-se pela plataforma. O curso já conta com 7,5 mil inscritos.

Outras duas importantes ações nesse sentido são os cursos para diagnóstico e manejo de dengue e de chikungunya, ofertados de forma permanente pela UNA-SUS a profissionais de saúde de nível superior. O curso de dengue, composto por oito estudos de caso, tem como foco a identificação do risco de casos suspeitos e a adoção das condutas corretas diante das diferentes situações clínicas, visando à redução de complicações. Desde 2012, foram recebidas mais de 21 mil matrículas para o curso de dengue, sendo a maioria delas realizadas por enfermeiros (48%) e médicos (32%). A maior parte dos profissionais matriculados (52%) atua em centros de saúde e unidades básicas de saúde, que são as portas de entrada do SUS.

Já o curso de chikungunya, lançado em dezembro de 2015, é composto por duas unidades. A primeira traz informações sobre epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico, ações de vigilância e organização dos serviços de saúde, além de apresentar a importância da educação permanente em saúde. A segunda unidade aborda casos clínicos, por meio dos quais o profissional é estimulado a refletir sobre a melhor conduta para realizar o manejo de pacientes com suspeita da doença. A primeira oferta deste curso recebeu 9.494 matrículas, sendo 36% de enfermeiros, 30% de médicos e 16% de técnicos e auxiliares de enfermagem. A maioria dos matriculados (52%) atua em centro de saúde ou unidade básica.

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