Sulfadiazina de prata em úlceras venosas

Úlceras crônicas de membros inferiores são um problema mundialmente grave, sendo responsáveis por morbidade significativa, além de provocarem considerável impacto econômico. Seu acompanhamento requer consultas freqüentes ao médico, implica em lidar com curativos diários, levando à perda de produtividade de pacientes mais jovens.

Um dos tipos mais comuns encontrados são as úlceras venosas, que são lesões crônicas associadas com hipertensão venosa dos membros inferiores e correspondem a percentual que varia aproximadamente de 80 a 90% das úlceras encontradas nesta localização.

Além de fatores vasculares exemplificados por insuficiências arteriais e venosas, outros, de natureza sistêmica como deficiências nutricionais comuns em pacientes crônicos, doenças de base como diabetes mellitus e neuropatias de diferentes etiologias, podem retardar o processo fisiológico de reparação. A persistência de agentes agressores também pode levar à cicatrização prolongada, como ocorre na infecção bacteriana secundária

Um dos produtos utilizados para tratamentos deste tipo de lesão é a sulfadiazina de prata a 1%, hidrofílico.

Para que este produto seja utilizado é necessário previamente lavar a úlcera com soro fisiológico a 0,9%, remover o excesso do produto sobre o tecido desvitalizado. Espalhar uma fina camada (5mm) do creme de sulfadiazina sobre as gazes e aplicá-las por toda a extensão da lesão. Também é necessário cobrir com cobertura secundária, de preferência estéril.

Devido a sua pequena absorção, a ação do creme de sulfadiazina de prata no tratamento local de infecções cutâneas resulta em baixíssima taxa de toxicidade sistêmica. Adicionalmente, problemas de intolerância local, na forma de dermatite de contato alérgica, são raramente observados, sendo todos relacionados a componentes do excipiente e não ao ingrediente ativo.

Referencias: 

Abdalla, Simone; Dadalti, Paula. Uso da sulfadiazina de prata associada ao nitrato de cério em úlceras venosas: relato de dois casos. An bras Dermatol, Rio de Janeiro, 78(2):227-233, mar. /abr. 2003. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962003000200011


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